sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Victoria's Park notes - 26/02/2010

       Devido a pressão feita pela as minhas queridíssimas leitoras, hoje eu fui ao parque perto de casa tomar um café e escrever um pouco. Tive algumas ideas para a postagem do blog enquanto andava em direção à cafeteria, mas o texto tomou outro rumo. Let it bee...

                                                        Imagem da fonte no centro do lago do Victoria's Park

       "Estou em frente ao chafariz do Victoria's Park, numa cafeteria situada no interior do parque, vendo o pôr-do-sol, que especialmente hoje brilha reluzente, e escrevendo o meu primeiro post à mão. São 04:15PM, há patos, cisnes, gansos e pombos no lago conversando no vento forte e gelado, mas meu cappuccino ainda está quente.

       Não... Meu cappuccino não está mais quente e a cafeteira fecha às 4:30PM. Vou me antecipar e sentar num banco às margens do lago em baixo duma árvore, que nesse final de fevereiro começa a ganhar cor, mas ainda continuo de frente ao chafariz no centro do lago que, com sua sinfonia e beleza visual, me sugere a ficar calado e ouvir.

       Os sons que escuto são da já mencionada fonte, dos ocasionais “quacks” dos patos, das gritantes crianças que aprendem a andar de patins com seus pais ao lado vigiando como águias vigiam seus filhotes, o trotar dos corredores e o pedalar dos ciclistas. Enquanto alguns caminham conversando nas mais variadas línguas, seus cachorros relacionam-se; latindo e cheirando, um em especial tentou urinar na minha perna logo antes de receber uma advertência de seu respectivo dono, outros tentavam frustradamente abocanhar os pombos e com medo da água fria não se aventuravam nem ao menos molhar a patinha.

       De acordo que minha audição absorvia os mais sutis sussurros dos arredores, entardecia e o vento soprava mais forte. Olhei ao relógio – 4:35PM – e retornei a captar os sons que me eram oferecidos.

      Não podiam passar em branco o barulho do vento, que pelas folhas recém surgidas dava voz às árvores, as obras nas ruas adjacentes, os carros indo e vindo e as buzinas, que tão ocasionais quanto os “quacks” dos patos preenchiam a fusão entre o natural e o urbano.

      Cada segundo que passa o relógio anuncia a gradativa redução da força do sol –4:40PM. Tenho trabalho para segurar a folha de papel, que agora torna a rasgar, tremo de frio, o que deixa minha letra quase ilegível (os que me conhecem bem devem imaginar), e agora, exatamente agora, minha caneta começa a falhar.

       O que vejo e sinto não se difere muito do que escuto. O sol, quase se pondo, projeta na horizontal, tanto na grama e na água quanto no asfalto, belíssimas sombras das árvores, do chafariz e dos prédios. Tudo agora está ficando alaranjado e mais uma vez me torno ao relógio – 4:50PM – a rápida e glamorosa despedida da manhã. Havia um casal de idosos que eu também observara, mas agora eles se levantavam e iam embora. As crianças, sem mais nada para dar aos pombos, reclamavam aos pais dizendo que queriam ir para casa, estavam com frio e as pernas doíam. Até mesmo os patos ficavam mais próximos e quietos. Um cisne foi até a margem do lago, exatamente na minha frente e, com toda a sua beleza, imponência e arrogância, olhou para mim fixamente. Provavelmente queria dizer “Vá embora!”.

       São 5:04PM – Mal consigo ver o sol, a vida urbana começa a ganhar mais destaque, alguns pubs, que ainda não posso freqüentar, já pensam em abrir, minha mão de vermelha ficou roxa e não abre mais. Novamente ao relógio – 5:09PM – e já posso ver a lua, mas não vejo mais o sol, apesar de ainda estar claro. Só podia ser... Lua cheia.            -LaísV (emoticon)

       5:13PM – Somente os malucos habitam o parque; corredores que me assustam, ao fazer as últimas e geladas partes do seu trajeto, por estar apenas de camisa e short, os últimos casais que sobrevivem ao frio, aqueles que cortam caminho para não pegar as ruas escuras, os vigilantes noturnos, que acabam de chegar, os patos e os esquilos e o chafariz, o mesmo chafariz, que não se cansa, exatamente como o meu relógio – 5:19PM – e um jovem escritor sentado no banco morrendo de frio.

       Olho novamente ao relógio – 5:20PM – Está escurecendo mais rápido, estou com medo que meu sangue congele, os patos sumiram e daqui a pouco fecha-se o parque. Botei as minhas luvas

       Vou para casa passar meu texto para o blog antes que eu fique aqui preso. Bem vindo à primavera britânica – 5:30PM."





Youtube:
       Ficou dificil arranjar um vídio para esse texto, não sei ainda o qual procurar. Pensei na musica Time do Pink Floyd, mas não quero repetir. Pensei no tom bucolismo que um pedaço da obra de Howard Shore (compositor musical da triologia do Senhor dos anéis e do Hobbit(2012)) tem, mas é somente um pequeno trecho que quero. Pensei em algo da Bossa Nova, mas é muito tropical para um fim de inverno inglês. Passei pelo Jazz, mas é muito rítmico e fui finalmente ao Blues. Muito depressivo, não quero.
       Quando a dúvida me sonda a cabeça eu penso em The Beatles. Sempre tem uma música que se parece. e enquanto eu escrevo me passou pela a cabeça "Sitting in an english garden, waiting for the sun". Mas o sol não veio, foi embora, e não choveu... e não era um jardim, era um parque... Mas pra que tanto perfeccionismo? Aliás, essa frase continua descrevendo o clima inglês muito bem.

        I Am The Walrus, pela a frase e pela a vipe:
        http://www.youtube.com/watch?v=Nnpil_pRUiw&feature=related

       Aos que gostaram do musical Across the Universe. Eu também gostei muito do Bono nessa música. Não sou seu fã, mas ele encaixou muito bem. Não tão bem quanto Joe Coker em Come Together, mas ai é pedir d+:
       http://www.youtube.com/watch?v=-JC7lmDXmIM


       COMO EU PUDE ESQUECER?? Me lembrei de uma pessoa muito querida agora

       London London, pela a boa lembrança que me veio agora, pela a identificação e carinho que passei a ter por essa música e pela a mesma visão que compartilho. Há! E, mais ainda que I Am The Walrus, pela vipe. A mesma e exata vipe que Caetano tava enquanto escrevia essa musica:
       http://www.youtube.com/watch?v=DM_2EdyytaU







Até o próximo post!!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Introdução

Saudações à todos!


     Resolvi criar esse blog com a mesma intenção que 100% dos blogs falidos desse país têm; Expressar opiniões/críticas/curiosidades (bizarrices)/cultura e outros pensamentos com fins, em todos os casos, não práticos. Finalmente, depois de algumas barreiras quebradas, de alguns fodasses, de alguns baldes chutados e de ter juntado alguma ousadia, eu me rendi ao blog; a via de comunicação que demonstra, em maior relevância, a produção textual do séc. XXI.

     Fácil de manusear, textos breves e objetivos. O artigo de opinião com uma nova cara, com uma cara de pós-modernidade, de "Sociedade do Conhecimento" como eu e muitos gostamos de chamar. Gosto muito dos blogs.

     Se gosto tanto dos blogs, por que não criei um antes? Essa pergunta relaciona-se ao título do blog.

    Beber cerveja, comer picanha, aliciar as mocinhas e dar risadas são muito melhores do que tomar uma decisão pensando no futuro ou ter que resolver um problema. Tem momentos na vida que você só se fode, tudo da errado e, ainda por cima, você tem que ter força para correr atrás do que precisa e, portanto, abdicar alguns prazeres.

   Elevando essa situação ao extremo em todos os sentidos, quando tem de abdicar os prazeres que até então vive, para que não se afogue nos males que tanto doem, outras formas de sentir devem ser exploradas, novas experiências e novos contatos devem ser realizados... como, por exemplo, criar um Blog!





Youtube:
    Para começar, se estamos falando sobre o blog, o primeiro vídio tem que ser mais próximo ao sentido do blog. Porque não do The Wall do Pink Floyd? Another Brick On the Wall ptIII foi escolhido pela a sua temática, por sua letra e por ser Pink Floyd. Divirtam-se

    YouTube - Pink Floyd - Another Brick In The Wall Part 3